segunda-feira, 5 de maio de 2008

Cartografia DR – 12ª semana – 10 a 14/03/2008

Edição de mapas


POR LAURA

Edição de trechos do texto “Ensaio como Forma”, de Adorno

“(...) o ensaio não almeja uma construção fechada (...) ele se revolta sobretudo contra a doutrina, arraigada desde Platão, segundo a qual o mutável e o efêmero não seriam dignos da filosofia; revolta-se contra essa antiga injustiça cometida contra o transitório(...)

É inerente `a forma do ensaio sua própria relativização: ele precisa se estruturar como se pudesse, a qualquer momento, ser interrompido. O ensaio pensa em fragmentos, uma vez que a própria realidade é fragmentada; ele encontra sua unidade ao buscá-la através dessas fraturas, e não ao aplainar a realidade fraturada. (...) A descontinuidade é essencial ao ensaio; seu assunto é sempre um conflito em suspenso. (...) “Ele resiste `a idéia de obra-prima, que por sua vez reflete as idéias de criação e totalidade.”

ADORNO, Theodor W. Notas de Literatura 1. Tradução Jorge M. B. de Almeida. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2003.


POR SHEILA

Aquecimento
Manipulação
Recorte
Comando/ comandado
Palestra científica
Coaching teatral
Coaching musical
Exaustão

Os mapas são permeados por tradução, relação de poder, relação funcional e não funcional, cenas em tempo real, demarcação do tempo.

Mapas :
Aquecimento - Tempo marcado. O objetivo é suprir a necessidade de engajar-se fisicamente.

Manipulação - Em dupla a proposta é de encontros que testam possibilidades tanto de aquecimento quanto de materiais que servem para continuar a pesquisa em dupla.

Recorte - Consiste na observação de ocorrências feito por uma pessoa, durante a manipulação e/ou outros mapas. Recortar-se um trecho para ser pesquisado e depois dirigido. Esse trecho é dirigido pela pessoa que recortou e transformado em cena em tempo real.

Comando/comandado - O foco da relação é a subversão. Realizado em dupla. A relação acontece com uma comandando e a outra comandada. A instrução dessa tarefa é de não deixar essa relação ser percebida por quem assiste. São instruídas durante a relação pela dupla que observa de fora.

Palestra científica - Um trecho de um livro é lido ao ser escolhido aleatoriamente. Após a tradução do trecho, outra pessoa traduz o que foi colocado na lousa.

Coaching teatral - História real é contada e encenada. Uma pessoa coordena e explica as motivações e ações para outra pessoa realizar a cena.

Coaching musical - Ensaio de cena para filmar, tradução de músicas latinas junto com coreografias.

Exaustão - O objetivo é exaurir-se usando táticas diversas. Exercitar o hábito de se manter condicionado cumpre a tarefa desse procedimento.


POR TARINA:

Último relatório

Muitas questões geradas e mais a necessidade de estabilização .
Enquanto estudamos e selecionamos os mapas durante a pesquisa Cartografia DR, estudamos e exercitamos também como nos comunicarmos e como criar COLETIVAMENTE. Demora mais, mas é mais coerente com aquilo que pensamos sobre autoria e criação. Neste processo também nossa idéia/percepção de coletivo , desenvolveu-se num entendimento de que na nossa estrutura os papéis definidos (performer,diretor,dramaturgo,etc) são rotativos (e não inexistentes). Os mapas finais , já editados (no site), relacionam-se com estas percepções. Em cada um deles as particularidades (de experiências anteriores, de forma de pensar/performar) de cada uma foram estudadas para fortalecer essas diferenças para o nosso coletivo. Isso criou mapas muito diferentes, mas todos com uma conexão (que afinal tanto discutimos nessses meses) em relação à autoria. A idéia de tradução presente em todos os mapas é também a de tradução como VERSÃO, onde cada uma explicita a contaminação inerentre a toda forma de comunicação.
Nestes mapas/procedimentos cada uma está persente como individualidade e se reconhece no todo.


POR MARA:

Escancarando a processualidade da ‘obra’...

Edições episódicas de pesquisa temporária...

Desenvolvimento preciso, porém descontinuo enquanto seqüencialidade...

Interessam hibridismo entre: ficção e realidade; produto processual e produto com formato definido.

Mapas que indicam essas características se organizam em tempo real, de forma descontinuada, episódica e inacabada. Tentam certa precisão na discussão proposta, seja e/ou - tradução / versão / relação de poder / autoria / ficção da realidade.

Próximos passos...
Como comunicar cada mapa? Como explicitar essas características enquanto seqüencialidade?
Pesquisa para ‘montagem-produto-temporário’, outra forma de organizar as questões, mapas e continuidade das discussões...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Cartografia DR-11ª semana- 03 a 07/03/2008.

Seleção de mapas

POR MARA

Após exaustivas discussões sobre conceito, procedimentos, dramaturgia, e interesses individuais, chegamos à seleção dos mapas elaborados e experimentados. Quais interessam a maioria de nós e porquê?
Os que respondessem a algum motivo e sentido seriam listados como procedimentos relevantes, que deveriam ser investidos como eixo e continuidade dessa etapa final da pesquisa.

Selecionamos: [1] duo Tarina e Laura com direção de Sheila e panorama de Laura; [2] duo Sheila e Laura – comandos; [3] palestra - tradução; [4] musical com direção de Tarina; [4] treino de interpretação Sheila e Tarina; [5] tradução 1,2,3 (sem fixar o que 1 e 2 significam, porem 3 ainda como síntese); [6] exaustão + uníssono.

Identificamos as discussões sobre tradução como transcriação e sobre produtos como composições processuais (que contam com procedimentos de improvisação, e somente serão configurados em tempo real), como eixos centrais em todos os mapas.
A relação entre processo e produto artístico foi foco de investigação proposto para essa pesquisa, e após todo processo, até momento, identificamos que esse interesse permanece e continua sendo relevante por sua característica descontinuada - episódica de ocorrência e pelas discussões acerca de obras de arte e noções de permanência vinculadas a trabalhos artísticos.
A discussão sobre temporalidade e ‘acaso’ continuam em alta desde os anos 60. A improvisação continua sendo um mote de investigações e discussões, porque faz perguntas e deixa em aberto, porque escancara a processualidade da ‘coisa’.
Os realitys-shows são interesse contemporâneo de massa, pelo desvelamento da constituição da ‘coisa’, que é feita na hora, borrando o limite entre ficção e realidade e banalizam a dramaturgia como referencia do mais chavão e ‘realista’ processo ‘artístico’. Ou seja, bichinhos de laboratório sendo testados e mostrados em experimentos geram curiosidade. Uma curiosidade que aproxima ‘expectador’ do experimento, do bicho, da coisa e do processo. Trata-se de uma comunicação direta.
Mais de quarenta anos depois essas inquietações e motivações continuam direcionando a vida, o cotidiano e a arte contemporâneas.


POR SHEILA


Mara e Tarina
Desenvolvimento: encontros de contato com foco na manipulação e focos específicos para cada uma.
Mara tem a tarefa de buscar no encontro Alavancas e Tarina tem a tarefa de trabalhar a Resistência.
Sheila dirigir a cena
Laura observação panorama geral da cena


Descrição episódio direção
*recorte: ápice do encontro que emerge.
*resistência: ambiente Tarina
*alavanca: ambiente Mara

Buscavam encontros através de apoios e sustentações no corpo uma da outra que permitiam deslocamentos deixando o espaço multidirecional.

No engajamento de provocar encontros, averiguava-se um campo de extrema estratégia espacial e de acordos no espaço alheio.

Ambas pareciam estar em comum acordo no espaço de relações.Uma subvertia a lógica da outra sem deixar precedentes e sem deixar que uma pareça vítima da outra.

Validade desse encontro.
O argumento “vítima” localiza um ponto de vista não elucidado pelo comportamento das duas,apesar das intensidades ajustadas nas ações individuais.Nesse caso parece que ao recortar a cena para o encontro sem vítimas,abre-se uma fenda que desloca a cena possível de subverte-la.

Nesse momento além dos elementos utilizados por Mara e Tarina ,pedi que somassem aos recortes uma atitude mais violenta.Pensei que ao evidenciar um extremo violento, melhor visualização das fendas para subversão.

Mara lança a Tarina no chão e Tarina bate secamente no chão com resistência.

A sensação é que Tarina antes de cair usa o antídoto “resistência” enquanto Mara na proposta de “alavancas” faz uma espécie de rapto relâmpago em Tarina embutindo-a no seu corpo alavanca abruptamente.



POR TARINA

O desenho dos mapas selecionados, a estrutura inerente a cada um deles que garante sua repetição/realização.
Como organizar estes mapas no tempo/espaço? Que sentido acontece na narrativa que segue de um ponto a outro do mapa? A idéia de manipulação, versão e subversão acontece em cada um dos mapas selecionados, mas como acontece na super-estrutura que envolve todos eles?
A seleção também de QUEM faz O QUÊ em cada mapa, de acordo com as conexões que cada uma faz com mais (ou menos) facilidade segundo cada uma interpreta o ambiente do qual faz parte. Esta seleção que está no espaço ENTRE realidade/ficção, está conectada `a idéia de co-existência , e da convivência dos diferentes, nas nossas discussões de relação (ões).


POR LAURA

O que é a coisa?
formalizando os processos

A construção das cenas
Vira cena
Os bastidores das cenas
Viram cena
O que não é espetacular
Vira cena
Os conflitos da criação coletiva
Viram cena
As fragilidades das performers
Viram cena?
Toda a precariedade desta empreitada
Vira cena
O que é real?
O que é ficção?
O que é verdade?
O que é mentira?
O que é paródia?
O que é a coisa?

terça-feira, 4 de março de 2008

Cartografia DR – 10ª semana – 25 a 29 /02/2008.

Dramaturgia e roteiro


POR TARINA


Seleção. Recorte. Escolha. Na nossa 10ª semana de estudos definimos o desenho dos mapas que daqui em diante serão repetidamente experimentados. A improvisação como um experimento realizado dentro de parâmetros previamente selecionados. Os procedimentos escolhidos são permeados pelo assunto da tradução como VERSÃO e as suas SUBversões possíveis. Esse assunto, que aconteceu a partir de nossos estudos metalinguísticos desenhou um ROTEIRO, que tem a ver com a ROTA que seguiremos daqui em diante. Este roteiro é como um supermapa , que organiza os nosso procedimentos que chamamos de mapas em uma escala maior no tempo/espaço.



POR MARA:

Qual poder de escolha sobre composição num grupo sem hierarquias pré-demarcadas? - problema de autonomia

Qual escolha dramaturgica para ‘costura’ entre procedimentos? - eixo compositivo

A tentativa de coerência na lógica de composição dos mapas (‘regulamentos’ – indicadores de realização de procedimentos) é eixo para seleção do desenvolvimento de cada mapa e dos mesmos em relação. Contam a relevância de cada procedimento no contexto geral da pesquisa. Como e porque.

Os comos já foram testados durante todo processo, e cabe agora conectar e justificar.
Quanta formalidade é necessária a uma pesquisa artística?
Onde e porque se tecem as coerências analíticas?

Objetivos:
- evidenciar relação entre processualidade e resultado da ‘obra’ artística
- desvelar as relações de poder implicadas nas escolhas compositivas
- demarcação de territórios de interesses



POR LAURA

Manipulação de informação e relações de poder

Começamos com as traduções
Que se transformaram em versões
E depois em sub-versões
E tudo virou cena
E o assunto virou este
Todo o jogo de poder nas relações
De comando e direção
Comandado e intérprete



POR SHEILA

Relação de comando.Quem parece comandar.O comando vai sendo subvertido durante a experimentação.

Recorte 1
Tarina busca apoio em pontos do espaço e em objetos.Mara fala em particular com Tarina durante os apoios e o transito entre eles.

Recorte2
Manipulação(1) e tradução(2).Um na camada mais evidente e o outro revelado aos poucos.

Recorte 3
Laura e Sheila observação, direção e restrição

Recorte 4
repetição,desdobramentos e achatamentos possíveis,usando a tradução revelada aos poucos

Cartografia DR – 9ª semana – 18 a 22/02/2008.

Direção em cena e dramaturgia


POR TARINA


Nesta semana na criação/estudo dos nossos procedimentos chamados mapas aconteceu o assunto dramaturgia. Que é dramaturgia ? Onde ela está ? Nos nossos estudos conseguimos ver duas camadas básicas de dramaturgia : o corpo no espaço e o assunto que acontece neste espaço.
Linear ou não , um corpo desenvolve uma trajetória no espaço que já é algo e já tem seu próprio assunto e deste pode desdobrar-se em outro (ou não). Um assunto (ou hipótese) pode ser o ponto de partida para a trajetória deste mesmo corpo. Essas duas camadas coexistem (como o ovo e a galinha) numa relação de simbiose e contaminação. Cada uma de nós tem , por suas experiências prévias, preferência por esta ou aquela “entrada”. Entendendo a “entrada” de cada uma , entendemos melhor como é possível dialogar e construir junto, não excluindo isto nem aquilo. A dramaturgia que acontece em cada corpo, para nós, também pode ser entendida como coreografia, ou como algo organizado por um corpo. Nos procedimentos que estudamos até agora, esta foi a dramaturgia mais presente mesmo porque nosso assunto era metalinguístico. Mas a nossa segunda camada está permeando os experimentos desde o começo , e está mais presente desde que somamos as possibilidades biográficas `as já existentes.



POR LAURA

Versões e Sub-versões

Trio: Mara – Tarina – Sheila:

Sheila dirige um dueto com orientações e recortes bem específicos de movimentação e interação. Mara e Tarina procuram seguir as instruções e “correções” dadas, num processo contínuo. Num dado momento a situação se inverte, ou seja, parece que as ‘intérpretes’ assumem a condução da cena, subvertendo a ordem e ganhando autonomia na sua construção.

Quarteto: Tarina – Mara – Laura – Sheila

Tarina dirige três solos de uma cena músico – teatral. Para cada um, uma orientação específica de intenção e comunicação. Três ensaios que nunca chegam na versão ideal e vão sendo construídos e desconstruídos ininterruptamente. As versões almejadas são constantemente subvertidas pelas interpretações. Ao final, um coro com os três solos simultâneos sublinha essa condição.

Duo: Sheila – Laura

Sheila conduz o ensaio de uma coreografia da qual também faz parte. Ao ensinar / transmitir os movimentos as direções físicas confundem-se com os próprios gestos da condução, num processo que vai aumentando de volume progressivamente. A ‘imitação’ da coreografia mistura-se com a imitação do próprio ato de ensinar / comandar, o que vai subvertendo as funções comandante – comandado.



POR MARA:

relações de poder.

...condução - conduta...versões subversivas...

Versões - desdobramentos dos duos...
– Tarina e Mara dirigidas por Sheila – recortes de momentos observados e decorrente tentativa de resolução dessa proposta.
Momentos específicos que Sheila recortou como interessantes para ‘cena’ – tentativa de ‘nova’ realização do recorte. Desconfortos, não identificação e traduções como focos para ‘nova’ composição.
Relação tradicional entre direção e bailarinas.
Corpos dóceis que se esforçam a reproduzir um comando não muitas vezes claro nem óbvio, porém com exigência de pronta execução aperfeiçoada.

- Laura e Sheila – dominância de comando e aparente inversão de papéis. Jogo entre ordens e reordenações. Direção e composição como replicações que realocam as relações entre dueto, numa pseudo-indeterminação de poder.
Possível mapa:
Sheila comanda com gestos, fala, movimentos complexos.
Laura compõe replicando informações que se complexificam e modificam no decorrer da relação e das sugestões de Sheila.



POR SHEILA

*Recortes de improvisação com Mara eTarina.
*Sheila e Laura assistindo
*Tarefas individuais e pseudonimos das integrantes.
*Observação,onde faz sentido?
*Como elaborar tarefas para ocorrências individuais ou em grupo. Quando,onde e como o assunto fez sentido nos recortes como cena e por que?
*O curto prazo dos recortes: Reality Show

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cartografia DR – 8ª semana – 11 a 15/02/2008.

Pesquisa prática: traduções – versões


POR TARINA

Os mapas mais estruturados como cenas e as traduções como versões. Não é a “não existência” de um produto, e sim um outro tipo de produto.
Dos nossos estudos nesta semana emergiu o entendimento de tradução como versão.
As nossas traduções pressupõem sempre um sujeito que é o tradutor , e desta forma tudo o que é traduzido é uma versão organizada pelo crivo deste sujeito. Como num documentário (ou reality show) onde não existe verdade e sim um ponto de vista (que pode ser mais ou menos revelado) dentre inúmeros possíveis. Aqui escolhemos explicitar a existência destes pontos de vista pois eles são sempre motor de nossos (des)entendimentos e discussões. É a forma mais ou menos parcial pela qual eu arrumo e expresso minhas percepções (baseada em experiências vividas e na minha interpretação destas experiências ) que é a minha versão.
O mapa como cena. O estudo destas versões com algo “para ser visto”. O que é que é preciso ser “mapeado” para estas estruturas/cenas serem possíveis (sem tornarem-se congeladas)? Além de propormos cenas através de mapas , no sentido inverso , também estudamos como ler e desenhar um mapa de uma “cena”, tornando este procedimento parte de nosso acervo mapeado.


POR MARA:

Tarina – 3 versões sobre projeto – texto conceitual para Sheila / texto dramático para Mara / música para Laura – foco: versões precárias que investem nas dificuldades e fragilidades.

Mara – transcriação sobre texto proposto por Laura (semana anterior) –
Questões:
1.Quais objetivos comuns? (projeto, propostas e entre nós)
2.Identificar especialidades
3.Qual noção de eficiência desse projeto?

Proposta para duos:
...lugares para situar-se...focos para desenvolvimento
- partes do corpo
- manipulações
- pausa (para si e outro)
- precariedade (execução / lógica / composição)
- fragilidade (exposição com ou sem controle)
Uníssono (vinculado as questões acima)
1.estar junto
2.buscar/definir função
3.escolhas sobre lugares acima, enquanto procedimentos/táticas para Cartografia.

Duos:
Sheila – Laura
Mara - Tarina

Discussões:
Acerca das questões levantadas e experimentos realizados.
Como observamos os procedimentos e experimentos que realizamos?
Como propomos reflexões sobre procedimentos e projeto?
A questão sobre objetivos comuns entre nós e especialidades nos direcionou a essas perguntas, indicando distintos recortes de observação que chamamos de camadas (poderiam ser níveis ou perspectivas ou ...) em relação aos procedimentos testados.
Como observamos um experimento? O que se torna relevante?
Movimento? Lógica para composição/organização dos movimentos? Assunto? Concepção geral?
Talvez essas sejam possíveis camadas, que se relacionam, mas que dependendo do olhar delimitam distintos parâmetros organizativos. Ou não. E/Ou delimitam campos de interesse, campos de ação, campos de aproximação - sentidos para o movimento que co-existem.
Com qual lente tendo a observar as relações implicadas na dança? O que me move para e na dança?


POR SHEILA:

Continuação dos estudos dos campos de estratégias Caixa Econômica RJ e SP

- Espaço/ Reality show/ Foto/ Música/ Vídeo
- Performance/ Comportamento/ Justifivativa
- Precariedade/ Fragilidade/ Processo-produto
- Tradução/ Recorte/ Antítese/ Tese/ Síntese
- Uníssono/ Relação/Afirmativo: solo, duo, trio
- Conceito / Textos:modernos,contemporâneos/ Site/ Teóricos


Como o sentido do espaço ao construir procedimentos pode identificar o ambiente que estamos construindo?Quando os procedimentos são feitos o ambiente também se configura? De que maneira?


ADERIR/ OU /NÃO
Evidenciar como cada integrante lida com as próprias lógicas relacionadas aos ASSUNTOS.
Intensificar como cada integrante demonstra suas habilidades específicas.
A escolha do assunto(s) permite que as idéias em transito das integrantes seja aderida pela continuidade dos assuntos, ganhando justificativas na dramaturgia.
Pistas relevantes são vistas nas relações de texto-movimento-tradução-composição, que revelam uma provocação REALITY-COMPORTAMENTO-CAMPO DE PESQUISA-PROCESSO-PRODUTOS acordos que transpõe a “realidade” das ocorrências são percebidos ora frágeis e ora consistentes.


POR LAURA

Do assunto tradução desmembrou-se o assunto versão; como uma possibilidade mais ampla de interpretação. Essa ampliação do campo de possibilidades evidenciou as especificidades do olhar de cada uma, do filtro que usamos para ver as coisas. Percebemos, com esta diversidade de filtros, algumas camadas possíveis de se identificar em uma mesma proposta. Enquanto uma evidenciava a camada do movimento de uma proposição, outra se ocupava das relações compositivas, a terceira enxergava a lógica cênica e a quarta a dramaturgia ou tema tratado. Estas camadas de um mesmo procedimento parecem referir-se a escalas de observação, da micro à macroscópica;
de um plano mais fechado para um plano mais aberto; zoom in e zoom out. Em cada procedimento cada uma ocupa determinada camada, dependendo da tarefa/função/posição em que se encontra. Ou seja, apesar de identificarmos uma tendência natural de cada uma por um filtro específico, descobrimos que a rotatividade entre tais camadas também existe, interessa e é fértil.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Cartografia DR – 7ª semana – 29/01 a 01/02/2008.

Pesquisa prática: mapa de tradução – proposições individuais.

POR MARA:

Proposição individual nº1:
– nessa etapa cada uma propôs uma “idéia” enquanto formulação inicial para mapa de tradução.
- Mara e Tarina apresentaram em um dia, e Sheila e Laura em outro

...várias discussões acerca das propostas e sobre como propor...

Agora o 1 não precisaria mais ser algo “subjetivo”, ou seja, poderia se uma cena “teatral”, uma idéia clichê, enfim qualquer proposta antes listada enquanto 1 e 2.

1 Estudo físico das possibilidades de disparo (enumeração do que já apareceu)
- experimentar um foco físico por um tempo (o nº 2 dá o tempo dessa experimentação)
- como formalizar: estudar a formalização, quando decidir comunicar a resolução (seqüências coreográficas)
+
2 Ampliar noção de clichê para a objetivação do 1
- cena teatro (narrativa) - “estilo” dança - gesto “decodificado”
- fala/descrição

Mudanças: - não existe uma pessoa 2 pré-determinada;
- todas assistem a todas as propostas e depois escolhem qual traduzir; pode escolher mais de um, mesclar propostas, não precisa ter tradução para todos, várias pode escolher o mesmo...
- o 2 traduzirá a idéia vista em outro dia:
. elaborará com mais tempo;
. trará uma tradução que transforme a proposta vista em sua “antítese” – como contraponto a idéia central desenvolvida, ou “objetivando” ou “subjetivando” de acordo com proposta inicial.


PROPOSTAS:

Tarina: descrição em fala e movimentos sobre “teste” para sair de passista na Rosas de Ouro

Mara: esse você já viu... 2’’
– movimentos distintos simultâneos, com partes distintas do corpo
- qual perspectiva do observador? (4 apoios, deslocamento circular-lateral, enrolar e desenrolar coluna)

Sheila: Como você contaria esse projeto em mais de uma versão?

Laura: texto Garcia, Suzana, “Do coletivo ao colaborativo. A tradição do grupo no teatro brasileiro contemporâneo.” – livro: Na Companhia dos Atores – ensaios sobre os 18 anos da Cia. dos Atores, Aeroplano Editora – SENAC Rio Editora, Rio de Janeiro, 2006.


POR TARINA



Ampliando o estudo dos mapas no tempo/espaço.
Esta semana nos concentramos no papel do jogador número 1, que é o nosso ponto de partida , a primeira jogada/lance inicial , ampliando o enunciado que organiza a execução deste procedimento (no enunciado original este número se relaciona ao estudo de algum material físico) para questões autobiográficas , ou aquilo que lhe interessou até agora (prosseguindo com a idéia de roteiro/dramaturgia) .
Autobiografias e sua relação com o criador comtemporâneo > Vale tudo ? Tudo é “arte” desde que seja meu (ou tenha cara de “eu”)? Ou é uma tática para revelar o reconhecimento de que tudo é digerido e não tem como não se relacionar com minhas referências autobiográficas ?
Para nós a biografia está inserida nesse último contexto , servindo como ponto de partida para tratar de algo que nos interessa comunicar e dividir com quem nos assiste/lê/ouve. Hoje todos querem ser criadores e falar da própria “ dor” , mas como efetivamente criar arte a partir disso e como essa “dor” pode se relacionar com um assunto maior? Por que gostamos de assistir aos “reality shows” e qual é a diferença entre este tipo de linguagem e uma com um roteiro mais estabelecido (novela, filme) ?
Já sabemos que mesmo um “reality show” não é real - tudo o que tem recorte tem manipulação - assim como quando nos propusemos a “ensaiar” sempre com algum público presente aquilo que se configurava já não era mais um ensaio, mas outra coisa. Estas fronteiras e formatos nos interessam , assim como a
idéia de gerar assunto além da metalinguagem (que é a linha que está presente em nossos experimentos desde o Projeto DR).


POR SHEILA


CAMPOS DE ESTRATÉGIAS (possibilidades para Caixa)

Espaço / Reality show / Foto / Música / Vídeo

Como pode se configurar?
Deu, vai, para, vem

Performance / Comportamento / Justificativa

Precariedade / Fragilidade / Processo / Produto

Tradução / Recorte / Antítese / Tese / Síntese

Uníssono / Relação / Afirmativa solo, duo, trio

Conceito / Textos / Site / Teórico

Pós-Moderno Contemporâneo




Mara: esse você já conhece

Tarina: fantasia Rosas de Ouro

vídeo simulação Tarina do Macu

Laura: hibrida discurso / assunto


Revela fragilidade – não movimento

Sheila: listas – chorar de frustração.



POR LAURA


Formalização em cena ou reality show

O mapa de tradução foi aberto e desmembrado da seguinte forma:
- Cada uma traria uma proposta; que seria o nº 1
- Qualquer uma pode escolher traduzir esta proposta; que seria o nº 2
- Qualquer uma pode escolher sintetizar a proposta inicial ou a tradução; que seria o nº 3

Todas as propostas podem ser objetivas ou subjetivas, narrativas ou abstratas;
Podem ser de diversas naturezas ou linguagens: dança, teatro, música, texto.

As proposições iniciais são pré-elaboradas individualmente;
As traduções podem ser pré-elaboradas ou elaboradas em tempo real;
As sínteses são elaboradas em tempo real;
Tanto proposições como traduções e sínteses são editadas em cena.
O formato é de coisa-sendo-construída, realidade fictícia ou ficção real;
Seria arte contemporânea ou reality show?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cartografia DR - 6ª semana - 21 a 25/01/2008

Pesquisa prática : mapa de tradução - comportamento e roteiro



POR MARA:

Questões:

Comportamento: Como se relacionar com cada situação proposta em cada número (executar instruções / ver realização das instruções (para à seguir traduzir) / não ver realização da ação proposta – momento de espera)?
Tempo-> Como se engajar em cada situação dessas? Como estudar, elaborar? Relação de elaboração imediata. Quais dinâmicas podem ser propostas?


Espaço: sobre ter ou não um espaço definido para as ocorrências das traduções.

Possibilidades de recorte proposto para cada momento (cada situação do mapa), levantadas por nós quatro durante ensaios:

Perguntas para situação/pessoa nº1 do mapa:
- Qual seu foco? (movimento?/ composição em relação ao “público”, espaço? outros...???)

Perguntas para situação/pessoa nº2 do mapa:
- Quais formas de objetivar? (organizar seqüências de movimento, como coreografias?/ usar a falar, narrar ação?/ dramatizar situação?/ usar clichês de dança e teatro?/ outros...???)

Perguntas para situação/pessoa nº3 do mapa:
- Como sintetizar? (narrando?/ reduzir tempo e escolher poucas referencias que remetam a idéia central?/ testar a antítese do que observou e chegar a uma hibridação?/ subjetivar a ação usando somente o mais relevante do que observou?/ outros...???)



POR LAURA

jogo e formalização

Retomando o mapa de tradução algumas questões ficaram sublinhadas. Este jogo que acontece em tempo real pode ser mais estudado, preparado, pesquisado de antemão? E de que forma ficaria a relação entre o pré-concebido e a ocorrência; o esquema tático e a partida? A realização do mapa apontou a possibilidade de roteirizar algumas ações recorrentes que revelam o formato híbrido entre bastidores e apresentação que ele contém. A fronteira usual entre pesquisa e cena é borrada e isso interessa... provoca uma concentração despojada. Uma proposta re-emergiu destas constatações: cada uma preparará uma ação (pode ser 1, 2 ou 3) para alguém traduzir em outra (3, 2 ou 1). Assim, algo pré-concebido será o ponto de partida para a realização do jogo. A jogada seguinte é sempre uma versão ou subversão da anterior, num formato que discute roteiro, edição, jogo e formalização


Por Sheila


Ocorrências sobre o modo que cada integrante pesquisa as ações referente a :
1- disparo
2- clichê de 1
3- síntese de 2.

O tempo que se leva para encontrar o engajamento de resposta em 1,2,3.Diferença entre resposta imediata e resposta em outros tempos de pesquisa resultando em atitudes de elaboração que interfere no como olhamos os três ítens.

Acontecimento: tempo para pensar. Onde a informação que foi vista pode engajar na relação que evidencia a mecânica de aproximação do movimento(visto no outro) ampliando o discurso referente ao assunto proposto.

Comportamento: evidente na ação de pensar como os movimentos acontecem, durante a tentativa de entender por onde as escolhas estão sendo configuradas,acorrem atitudes que reinteram o assunto.

Percepções ao realizar a síntese : recorte de posições nos movimentos realizados em 2.
Esse(s) recorte(s) se transforma em assuntos ao produzir sentido no clichê ou na síntese, respondem não só através do imediatísmo,mas também podem seguir outras formas de entender essas posições 1,2,3, deixando que a referencia de :primeiro disparo,síntese e clichê apareçam de outras formas.




Por Tarina


-Complexificando os mapas de tradução no tempo/espaço para cada uma poder realmente estudar e propor algo.
-O subjetivo X objetivo segue interessando , de forma mais livre (ampliando os enunciados anteriores do jogo/mapa)
-A questão da autobiografia , e a relação com a arte comtemporânea (ou pós moderna?) e onde estamos nisso.
-Continua o sentido de discutir processo e produto?
-Estruturando omapa como cena.
-Começando a entender roteiro na nossa dramaturgia (a partir do mapa).
-Estruturando a “cena”.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Videos DR

Eis os vídeos produzidos durante o projeto DR.
Aqui estão as versões "renderizadas" em 320 x 240. Isto é: baixa resolução para que possam ser vistos on-line na propria Internet.
As versões definitivas em alta resolução estarão disponiveis para download direto do site www.dr.art.br em breve.