terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cartografia DR – 8ª semana – 11 a 15/02/2008.

Pesquisa prática: traduções – versões


POR TARINA

Os mapas mais estruturados como cenas e as traduções como versões. Não é a “não existência” de um produto, e sim um outro tipo de produto.
Dos nossos estudos nesta semana emergiu o entendimento de tradução como versão.
As nossas traduções pressupõem sempre um sujeito que é o tradutor , e desta forma tudo o que é traduzido é uma versão organizada pelo crivo deste sujeito. Como num documentário (ou reality show) onde não existe verdade e sim um ponto de vista (que pode ser mais ou menos revelado) dentre inúmeros possíveis. Aqui escolhemos explicitar a existência destes pontos de vista pois eles são sempre motor de nossos (des)entendimentos e discussões. É a forma mais ou menos parcial pela qual eu arrumo e expresso minhas percepções (baseada em experiências vividas e na minha interpretação destas experiências ) que é a minha versão.
O mapa como cena. O estudo destas versões com algo “para ser visto”. O que é que é preciso ser “mapeado” para estas estruturas/cenas serem possíveis (sem tornarem-se congeladas)? Além de propormos cenas através de mapas , no sentido inverso , também estudamos como ler e desenhar um mapa de uma “cena”, tornando este procedimento parte de nosso acervo mapeado.


POR MARA:

Tarina – 3 versões sobre projeto – texto conceitual para Sheila / texto dramático para Mara / música para Laura – foco: versões precárias que investem nas dificuldades e fragilidades.

Mara – transcriação sobre texto proposto por Laura (semana anterior) –
Questões:
1.Quais objetivos comuns? (projeto, propostas e entre nós)
2.Identificar especialidades
3.Qual noção de eficiência desse projeto?

Proposta para duos:
...lugares para situar-se...focos para desenvolvimento
- partes do corpo
- manipulações
- pausa (para si e outro)
- precariedade (execução / lógica / composição)
- fragilidade (exposição com ou sem controle)
Uníssono (vinculado as questões acima)
1.estar junto
2.buscar/definir função
3.escolhas sobre lugares acima, enquanto procedimentos/táticas para Cartografia.

Duos:
Sheila – Laura
Mara - Tarina

Discussões:
Acerca das questões levantadas e experimentos realizados.
Como observamos os procedimentos e experimentos que realizamos?
Como propomos reflexões sobre procedimentos e projeto?
A questão sobre objetivos comuns entre nós e especialidades nos direcionou a essas perguntas, indicando distintos recortes de observação que chamamos de camadas (poderiam ser níveis ou perspectivas ou ...) em relação aos procedimentos testados.
Como observamos um experimento? O que se torna relevante?
Movimento? Lógica para composição/organização dos movimentos? Assunto? Concepção geral?
Talvez essas sejam possíveis camadas, que se relacionam, mas que dependendo do olhar delimitam distintos parâmetros organizativos. Ou não. E/Ou delimitam campos de interesse, campos de ação, campos de aproximação - sentidos para o movimento que co-existem.
Com qual lente tendo a observar as relações implicadas na dança? O que me move para e na dança?


POR SHEILA:

Continuação dos estudos dos campos de estratégias Caixa Econômica RJ e SP

- Espaço/ Reality show/ Foto/ Música/ Vídeo
- Performance/ Comportamento/ Justifivativa
- Precariedade/ Fragilidade/ Processo-produto
- Tradução/ Recorte/ Antítese/ Tese/ Síntese
- Uníssono/ Relação/Afirmativo: solo, duo, trio
- Conceito / Textos:modernos,contemporâneos/ Site/ Teóricos


Como o sentido do espaço ao construir procedimentos pode identificar o ambiente que estamos construindo?Quando os procedimentos são feitos o ambiente também se configura? De que maneira?


ADERIR/ OU /NÃO
Evidenciar como cada integrante lida com as próprias lógicas relacionadas aos ASSUNTOS.
Intensificar como cada integrante demonstra suas habilidades específicas.
A escolha do assunto(s) permite que as idéias em transito das integrantes seja aderida pela continuidade dos assuntos, ganhando justificativas na dramaturgia.
Pistas relevantes são vistas nas relações de texto-movimento-tradução-composição, que revelam uma provocação REALITY-COMPORTAMENTO-CAMPO DE PESQUISA-PROCESSO-PRODUTOS acordos que transpõe a “realidade” das ocorrências são percebidos ora frágeis e ora consistentes.


POR LAURA

Do assunto tradução desmembrou-se o assunto versão; como uma possibilidade mais ampla de interpretação. Essa ampliação do campo de possibilidades evidenciou as especificidades do olhar de cada uma, do filtro que usamos para ver as coisas. Percebemos, com esta diversidade de filtros, algumas camadas possíveis de se identificar em uma mesma proposta. Enquanto uma evidenciava a camada do movimento de uma proposição, outra se ocupava das relações compositivas, a terceira enxergava a lógica cênica e a quarta a dramaturgia ou tema tratado. Estas camadas de um mesmo procedimento parecem referir-se a escalas de observação, da micro à macroscópica;
de um plano mais fechado para um plano mais aberto; zoom in e zoom out. Em cada procedimento cada uma ocupa determinada camada, dependendo da tarefa/função/posição em que se encontra. Ou seja, apesar de identificarmos uma tendência natural de cada uma por um filtro específico, descobrimos que a rotatividade entre tais camadas também existe, interessa e é fértil.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Cartografia DR – 7ª semana – 29/01 a 01/02/2008.

Pesquisa prática: mapa de tradução – proposições individuais.

POR MARA:

Proposição individual nº1:
– nessa etapa cada uma propôs uma “idéia” enquanto formulação inicial para mapa de tradução.
- Mara e Tarina apresentaram em um dia, e Sheila e Laura em outro

...várias discussões acerca das propostas e sobre como propor...

Agora o 1 não precisaria mais ser algo “subjetivo”, ou seja, poderia se uma cena “teatral”, uma idéia clichê, enfim qualquer proposta antes listada enquanto 1 e 2.

1 Estudo físico das possibilidades de disparo (enumeração do que já apareceu)
- experimentar um foco físico por um tempo (o nº 2 dá o tempo dessa experimentação)
- como formalizar: estudar a formalização, quando decidir comunicar a resolução (seqüências coreográficas)
+
2 Ampliar noção de clichê para a objetivação do 1
- cena teatro (narrativa) - “estilo” dança - gesto “decodificado”
- fala/descrição

Mudanças: - não existe uma pessoa 2 pré-determinada;
- todas assistem a todas as propostas e depois escolhem qual traduzir; pode escolher mais de um, mesclar propostas, não precisa ter tradução para todos, várias pode escolher o mesmo...
- o 2 traduzirá a idéia vista em outro dia:
. elaborará com mais tempo;
. trará uma tradução que transforme a proposta vista em sua “antítese” – como contraponto a idéia central desenvolvida, ou “objetivando” ou “subjetivando” de acordo com proposta inicial.


PROPOSTAS:

Tarina: descrição em fala e movimentos sobre “teste” para sair de passista na Rosas de Ouro

Mara: esse você já viu... 2’’
– movimentos distintos simultâneos, com partes distintas do corpo
- qual perspectiva do observador? (4 apoios, deslocamento circular-lateral, enrolar e desenrolar coluna)

Sheila: Como você contaria esse projeto em mais de uma versão?

Laura: texto Garcia, Suzana, “Do coletivo ao colaborativo. A tradição do grupo no teatro brasileiro contemporâneo.” – livro: Na Companhia dos Atores – ensaios sobre os 18 anos da Cia. dos Atores, Aeroplano Editora – SENAC Rio Editora, Rio de Janeiro, 2006.


POR TARINA



Ampliando o estudo dos mapas no tempo/espaço.
Esta semana nos concentramos no papel do jogador número 1, que é o nosso ponto de partida , a primeira jogada/lance inicial , ampliando o enunciado que organiza a execução deste procedimento (no enunciado original este número se relaciona ao estudo de algum material físico) para questões autobiográficas , ou aquilo que lhe interessou até agora (prosseguindo com a idéia de roteiro/dramaturgia) .
Autobiografias e sua relação com o criador comtemporâneo > Vale tudo ? Tudo é “arte” desde que seja meu (ou tenha cara de “eu”)? Ou é uma tática para revelar o reconhecimento de que tudo é digerido e não tem como não se relacionar com minhas referências autobiográficas ?
Para nós a biografia está inserida nesse último contexto , servindo como ponto de partida para tratar de algo que nos interessa comunicar e dividir com quem nos assiste/lê/ouve. Hoje todos querem ser criadores e falar da própria “ dor” , mas como efetivamente criar arte a partir disso e como essa “dor” pode se relacionar com um assunto maior? Por que gostamos de assistir aos “reality shows” e qual é a diferença entre este tipo de linguagem e uma com um roteiro mais estabelecido (novela, filme) ?
Já sabemos que mesmo um “reality show” não é real - tudo o que tem recorte tem manipulação - assim como quando nos propusemos a “ensaiar” sempre com algum público presente aquilo que se configurava já não era mais um ensaio, mas outra coisa. Estas fronteiras e formatos nos interessam , assim como a
idéia de gerar assunto além da metalinguagem (que é a linha que está presente em nossos experimentos desde o Projeto DR).


POR SHEILA


CAMPOS DE ESTRATÉGIAS (possibilidades para Caixa)

Espaço / Reality show / Foto / Música / Vídeo

Como pode se configurar?
Deu, vai, para, vem

Performance / Comportamento / Justificativa

Precariedade / Fragilidade / Processo / Produto

Tradução / Recorte / Antítese / Tese / Síntese

Uníssono / Relação / Afirmativa solo, duo, trio

Conceito / Textos / Site / Teórico

Pós-Moderno Contemporâneo




Mara: esse você já conhece

Tarina: fantasia Rosas de Ouro

vídeo simulação Tarina do Macu

Laura: hibrida discurso / assunto


Revela fragilidade – não movimento

Sheila: listas – chorar de frustração.



POR LAURA


Formalização em cena ou reality show

O mapa de tradução foi aberto e desmembrado da seguinte forma:
- Cada uma traria uma proposta; que seria o nº 1
- Qualquer uma pode escolher traduzir esta proposta; que seria o nº 2
- Qualquer uma pode escolher sintetizar a proposta inicial ou a tradução; que seria o nº 3

Todas as propostas podem ser objetivas ou subjetivas, narrativas ou abstratas;
Podem ser de diversas naturezas ou linguagens: dança, teatro, música, texto.

As proposições iniciais são pré-elaboradas individualmente;
As traduções podem ser pré-elaboradas ou elaboradas em tempo real;
As sínteses são elaboradas em tempo real;
Tanto proposições como traduções e sínteses são editadas em cena.
O formato é de coisa-sendo-construída, realidade fictícia ou ficção real;
Seria arte contemporânea ou reality show?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cartografia DR - 6ª semana - 21 a 25/01/2008

Pesquisa prática : mapa de tradução - comportamento e roteiro



POR MARA:

Questões:

Comportamento: Como se relacionar com cada situação proposta em cada número (executar instruções / ver realização das instruções (para à seguir traduzir) / não ver realização da ação proposta – momento de espera)?
Tempo-> Como se engajar em cada situação dessas? Como estudar, elaborar? Relação de elaboração imediata. Quais dinâmicas podem ser propostas?


Espaço: sobre ter ou não um espaço definido para as ocorrências das traduções.

Possibilidades de recorte proposto para cada momento (cada situação do mapa), levantadas por nós quatro durante ensaios:

Perguntas para situação/pessoa nº1 do mapa:
- Qual seu foco? (movimento?/ composição em relação ao “público”, espaço? outros...???)

Perguntas para situação/pessoa nº2 do mapa:
- Quais formas de objetivar? (organizar seqüências de movimento, como coreografias?/ usar a falar, narrar ação?/ dramatizar situação?/ usar clichês de dança e teatro?/ outros...???)

Perguntas para situação/pessoa nº3 do mapa:
- Como sintetizar? (narrando?/ reduzir tempo e escolher poucas referencias que remetam a idéia central?/ testar a antítese do que observou e chegar a uma hibridação?/ subjetivar a ação usando somente o mais relevante do que observou?/ outros...???)



POR LAURA

jogo e formalização

Retomando o mapa de tradução algumas questões ficaram sublinhadas. Este jogo que acontece em tempo real pode ser mais estudado, preparado, pesquisado de antemão? E de que forma ficaria a relação entre o pré-concebido e a ocorrência; o esquema tático e a partida? A realização do mapa apontou a possibilidade de roteirizar algumas ações recorrentes que revelam o formato híbrido entre bastidores e apresentação que ele contém. A fronteira usual entre pesquisa e cena é borrada e isso interessa... provoca uma concentração despojada. Uma proposta re-emergiu destas constatações: cada uma preparará uma ação (pode ser 1, 2 ou 3) para alguém traduzir em outra (3, 2 ou 1). Assim, algo pré-concebido será o ponto de partida para a realização do jogo. A jogada seguinte é sempre uma versão ou subversão da anterior, num formato que discute roteiro, edição, jogo e formalização


Por Sheila


Ocorrências sobre o modo que cada integrante pesquisa as ações referente a :
1- disparo
2- clichê de 1
3- síntese de 2.

O tempo que se leva para encontrar o engajamento de resposta em 1,2,3.Diferença entre resposta imediata e resposta em outros tempos de pesquisa resultando em atitudes de elaboração que interfere no como olhamos os três ítens.

Acontecimento: tempo para pensar. Onde a informação que foi vista pode engajar na relação que evidencia a mecânica de aproximação do movimento(visto no outro) ampliando o discurso referente ao assunto proposto.

Comportamento: evidente na ação de pensar como os movimentos acontecem, durante a tentativa de entender por onde as escolhas estão sendo configuradas,acorrem atitudes que reinteram o assunto.

Percepções ao realizar a síntese : recorte de posições nos movimentos realizados em 2.
Esse(s) recorte(s) se transforma em assuntos ao produzir sentido no clichê ou na síntese, respondem não só através do imediatísmo,mas também podem seguir outras formas de entender essas posições 1,2,3, deixando que a referencia de :primeiro disparo,síntese e clichê apareçam de outras formas.




Por Tarina


-Complexificando os mapas de tradução no tempo/espaço para cada uma poder realmente estudar e propor algo.
-O subjetivo X objetivo segue interessando , de forma mais livre (ampliando os enunciados anteriores do jogo/mapa)
-A questão da autobiografia , e a relação com a arte comtemporânea (ou pós moderna?) e onde estamos nisso.
-Continua o sentido de discutir processo e produto?
-Estruturando omapa como cena.
-Começando a entender roteiro na nossa dramaturgia (a partir do mapa).
-Estruturando a “cena”.