segunda-feira, 11 de junho de 2007

Aprendiz - Mapa Laura

Mapa para performance inspirada em jogo e idealizado para trio. Cada performer realiza uma ação diferente, para a qual recebe uma instrução escrita. Na primeira rodada, as ações acontecem sequencialmente, por ordem numérica, sendo que: o performer 1 não vê a ação 2; o performer 2 não vê a ação 3; e o performer 3 não vê a ação 1. Numa segunda rodada, repete-se as ações em ordem inversa e todos assistem. Estas duas rodadas compreendem um ciclo. Após cada ciclo completo, os performers trocam de ação. Uma partida termina quando todos os performers tiverem realizado as três ações.

Ação 1 – Lançamento“Você vai propor um movimento ou seqüência de movimentos. Seu foco é físico e sua intenção é buscar clareza para comunicar para o performer 2 apreendê-lo. Você vai se ocupar de estudar sua proposta corporal, como por exemplo: que partes do corpo estão envolvidas, qual(is) inicia(m), que relações estabelecem; quais: impulsos, ritmos, dinâmicas, tensões, espacialidades, etc. ...E o que mais te mover”.

Ação 2 – Armação“Você é quem faz o passe, quem media toda a coisa partindo do que viu.”Para esta ação há uma instrução concebida para cada performer, no intuito de potencializar suas especificidades.

Tarina:“Você vai manipular o movimento ou seqüência de movimentos do performer 1. Seu foco é transformar este material em um clichê teatral para o performer 3. Você vai se ocupar de traduzi-lo em uma cena. Pode ser, por exemplo: melodrama, comédia, tragédia, bufão, epopéia, drama, etc. ... E o que mais te mover.”

Mara:“Você vai manipular o movimento ou seqüência de movimentos do performer 1. Seu foco é transformar este material em um clichê de dança para o performer 3. Você vai se ocupar de traduzi-lo em um show. Pode ser, por exemplo: jazz, balé, moderno, hip hop, rumba, afro, pop, nova dança, expressionista, etc. ... E o que mais te mover.”

Sheila:“Você vai manipular o movimento ou seqüência de movimentos do performer 1. Seu foco é transformar este material em um clichê para o performer 3. Você vai se ocupar de traduzi-lo em uma ação física objetiva. Pode ser, por exemplo: uma gag, uma mímica, uma caricatura, um número, um estereótipo, etc. ... E o que mais te mover.”

Ação 3 – Finalização“Você vai sintetizar o movimento ou seqüência de movimentos do performer 2. Seu foco é fazer uma síntese deste material procurando estetizar a idéia fisicamente. Você vai se ocupar de estilizá-la, partindo do que viu. Você pode, por exemplo: se utilizar de gestos, minimizar ou maximizar movimentos, recortar só um pedaço, só a relação com o espaço, etc. ... E o que mais te mover.”

A criação deste mapa para performance foi pautada por algumas questões. Umas ligadas à discussão sobre manipulação de informações e autoria. Como cada um manipula as informações que recebe? Cada manipulação é uma versão pessoal, uma composição? Os clichês são informações de domínio público?
Outras relacionadas à intersecção de linguagens na contemporaneidade, como a relação entre dança–teatro–performance. É possível demarcar o que é de domínio específico de cada linguagem? A fisicalidade e a comunicação subjetiva são próprias da dança? A concretização das idéias e a comunicação objetiva são próprias do teatro? A comunicação na performance é mais objetiva que na dança e mais subjetiva que no teatro?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Questões levantadas por Joana Zatz e Rafael Leona a partir de encontro com DR

Desejos do grupo

- Teorizar a prática;

- Aumento de repertório de intervenção urbana, de prática política e criatividade coletiva.

Eixos conceituais

A idéia é partir destes eixos comuns que aparecem como orientadores do projeto, tentando descobrir, entender e refletir como eles de fato acontecem na relação com os diferentes espaços.

1) Criação coletiva

Em busca de novas formas para as relações humanas: como pensamos a grupalidade? O que nos mobiliza a trabalhar em grupo? E nestes grupos específicos?

Estas perguntas podem nos ajudar a entender quais são as formas de compartilhar. As diferentes formas configuram diferentes qualidades de grupalidade e diferentes saberes.

E tudo isso nos faz pensar por que, afinal, criar coletivamente?

2) Política

O que entendemos por política?

3) Rede

O que se entende por rede e qual o sentido de formá-la?

4) Corpo <> Performance

Quais são as condições subjetivas e objetivas (novas formas criadas) que tornam possível romper procedimentos-padrão que usam o corpo como “suporte”?

5) Educação

Como a dimensão educativa acontece neste trabalho, levando em conta também a “auto-educação”?

6) Narrativa

Como definir narrativa? O que entendemos por narrativa linear a não-linear?

7) Espaço público

O que há por trás do desejo de atuar em uma dimensão pública? O que isso propicia ao trabalho? Em que sentido nos transforma?

Pensamos que estas perguntas-eixo podem ser a base para todo o levantamento de repertório que vamos mostrar e também para teorizarmos a prática de vocês, como se fossem pontos para serem preenchidos ao longo da experiência.

NÃO é ocupação de espaço
Espaço NÃO é cenário
Arquitetura NÃO é moldura
Dança NÃO é conteúdo
NÃO é produto
NÃO é pedagógico
NÃO é demonstrativo
NÃO é auto-explicativo
NÃO é linear
NÃO é relação de troca
NÃO se generaliza
NÃO é conjunto de cenas
NÂO carrega sentido final
NÃO facilita comunicação
NÃO pretende
NÃO tem espectador
NÃO tem trajetória
NÂO tem assinatura

é.......................

PRAÇA DA SÉ - MARÇO/07

1º etapa:
questão:como adentrar no espaço com propostas de movimentos?
resolvemos começar pela observação da dinâmica da pça da sé.

2ª etapa:
decidimos utilizar os seguintes procedimentos:
1- aquecimento, alongamento..etc.. – com objetivo de ajudaria a ocupar o espaço evidenciando nosso processo de preparação;
2- exercício de palhaço, utilizando gags tradicionais – mais com a intenção de explicitar a intervenção;
3- usar um tapete para nos relacionarmos com chão e com limite para nossas intervenções

MUDAMOS DE IDÉIA!!!!!!!

resolvemos entäo....:
- na praça o público é disponível para assistir,portanto só de estar lá andando já estamos sendo observadas apesar de parecer que nossa presença é dispersa.
- limamos o tapete, pois estabelece demais nosso espaço e isso é referencia que as pessoas que transitam na praça já tem, de espaços de intervenção,
estabelecer algo bruscamente.. parece um sentido para treinar lá.


3ª etapa:
próximo passo...
encontramos uma dose bastante interessante para lidar com tantas questöes.
seguindo a idéia de preparo do movimento,fizemos o seguinte:
. uma se movimenta, algo que tem vontade de experimentar.
(pensamos em material diferente da virgílio), esses movimentos passam pelo olho da outra que observa,a que olha tem a funçäo de escolher diretamente de que maneira aquilo que está acontecendo no corpo do outro pode se transformar em caminhos para se chegar em movimentos monumentais e absolutos, mais instigante para se ver,algo que se reconhece pessoalmente como muito bommm...por aí vai..
as interferências com a fala podem acontecer muitas vezes e com direcionamentos mais detalhados, ajudando a pessoa a estruturar algo muito bom de se ver, por ex :se algo passa desapercebido,existe uma insistência na relação de melhorar aquilo que está sendo construído, existe a possibilidade de voltar e até fazer repetindo o movimento que se pediu.

como foi experimentar isso na praça da sé?
aconteceu que algumas pessoas olhavam de longe e uma e outra se aproximavam para falar o que parecia aquilo ou perguntar se aquilo era algo..
.ouvimos coisas interessantes!!!
muito flexível, muito performance e muito ginástica!!
isso é tai chi chuan?
ela está vendo? muito ginástica
todos os comentários que apareciam das pessoas que transitavam na praça foram usados no momento que ele acontecia estabelecendo um espaço de sugestões ...
faz assim oh?!!

texto escrito por Sheila, com intervenções de Mara.

sábado, 2 de junho de 2007

Projeto Aprendiz - Abril/07

PROJETO APRENDIZ – ABRIL 2007


Questões:
- quais relações podemos estabelecer com pessoas e espaço do projeto aprendiz?
- como nos integrarmos ao ambiente envolvendo ‘público’ com e em nossas propostas?

Estávamos num espaço composto por duas ‘quadras’, onde as crianças jogavam basquete e futebol entre outros jogos.
Realizávamos os experimentos em um dos espaços de acordo com atividades.

Algumas estratégias encontradas:
- nos aproximarmos do público local pelo jogo;
- cada uma de nós quatro organizou alguns mapas, com regras e instruções de ações, relações e interações, que eram re-elaborados a cada nova experimentação

Dinâmicas de aproximação:
- algumas de nós jogavam basquete com crianças
- eles (crianças) ensinavam regras do basquete;
- propusemos mapas para eles experimentarem.

Dinâmicas de experimentação:
- mapas eram propostos pelo menos um por dia;
- conversávamos sobre estruturas, questões, falhas, e possibilidades de melhorar o estabelecimento de regras para ficarem mais eficientes.

Discussões:
- como elaborar um mapa de instruções de maneira eficiente, que atinja seus objetivos?
- como ser clara nas instruções?
- diferenças entre jogos, que incluem conclusões norteadas pelas noções de ganhar e perder e/ou atingir a meta final; e mapas que tem objetivos claros, constituídos por regras e instruções sobre como agir, podendo obter conclusões ou não (de acordo com objetivos);
- como definir objetivos?
- como estruturar metas para obtenção de objetivos?

Mapas:
Sheila ocupou-se em elaborar mapas a serem realizados individualmente, em relação à movimentação, mas com intervenções das outras pessoas na composição.
Mara desenvolveu três mapas individuais a serem realizados simultaneamente, os focos direcionavam-se a relação entre integrantes, pensando em organizar uma composição.
Tarina elaborou dois mapas com a idéia de “preservação de espaço”, ataque-defesa, expansão-contenção.
Laura montou uma estrutura de “telefone sem fio de movimento”, interessada nas manipulações das informações.


MAPA ELABORADO POR SHEILA AREAS
Introdução: As integrantes receberam mapas individuais;

MARA:
“A dança sempre dialoga com 2 ou mais áreas do corpo em movimento”
O motivo pelo qual seu movimento acontece está ligado a essa relação de áreas físicas.
Você deve procurar dinâmicas de diálogos, tendo como objetivo:
1- Construir movimentos monumentais
2- Os movimentos monumentais sempre pontuam o fim, finalizam a função, foco escolhido como diálogo.
3- Escolha alguém para te ajudar a deslocar, levar esse monumento para alguma outra parte do espaço. Descubra como isso pode acontecer sem perder suas outras funções.

LAURA:
“a dança acontece no roubo, você produz movimentos através do roubo e sempre tenta encobri-los.
O motivo pelo qual a fisicalidade faz sentido para você através do roubo de outros movimentos.
Quando você realiza o fato (roubo, imediatamente você começa a produzir dança /estado/comportamentos, aí você deve procurar/produzir um lugar, ambiente e veladamente convidar pessoa(s) para ver o que você faz com o movimento roubado. Esse movimento deve se transformar em algo de muito valor/monumento/absoluto.
Seu objetivo é descobrir como realizar essa tarefa para que ela seja eficiente para você.

TARINA:
“A dança acontece a partir de uma noção de estrutura física desconhecida, diferente, reestipulada por você.”
O motivo pelo qual sua pesquisa física acontece é indução. Quais são os jeitos possíveis de induzir o movimento ganhando elaborações coreográficas que você reconheça.
Sempre que você estiver descobrindo essas induções, você faz com que elas “sirvam” para alguém em alguma situação que você constrói.
Seu objetivo é tentar servir suas elaborações, percebendo modos diferentes de realizá-los e muitas vezes repetindo-os como estudos de mudanças de humor na fisicalidade.


MAPA ELABORADO POR MARA GUERRERO
Introdução: As integrantes receberam mapas individuais para serem realizados simultaneamente;

TARINA:
Objetivo: manter-se sempre em movimento e estar sempre próxima de pelo uma das integrantes da composição;
Você deve:
- imitar os outros;
- manipular verbalmente as outras integrantes da composição;
- manter-se sempre realizando seus objetivos.
Você pode:
- realizar a imitação e manipulação sobrepondo, intercalando ou espaçando essas informações.

SHEILA:
Objetivo: manter-se sempre se movendo com movimentos que possam ser identificados como de dança, escolher um espaço só seu para realização desse objetivo.
Você deve:
- imitar os outros;
- manipular com toque as outras integrantes da composição;
- manter-se sempre realizando seus objetivos.
Você pode:
- realizar a imitação e manipulação sobrepondo, intercalando ou espaçando essas informações.

LAURA:
Objetivo: mover-se somente o necessário, manter o espaço sempre em equilíbrio.
Você deve:
- imitar os outros;
- manipular as outras integrantes da composição mudando-as de lugar no espaço;
- manter-se sempre realizando seus objetivos.
Você pode:
- realizar a imitação e manipulação sobrepondo, intercalando ou espaçando essas informações.